Perversidade leva gênero Nelson Rodrigues ao palco da Casa da Gávea
As cortinas se abrem para a discussão do cotidiano dos brasileiros. Mas as tramas são avaliadas além da superficialidade dos temas e ganham uma abordagem psicológica, expondo os mistérios do ser humano e até que ponto as pressão das relações podem levá-lo. O pano de fundo é do espetáculo teatral Perversidade, de Cazé Neto. A obra, em temporada na Casa da Gávea, na zona sul do Rio, tem a clara influência dramática de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, com a proposta de refletir sobre a linha tênue entre a construção do caráter e seus desvios. Tonico, malandrão e sem caráter, sabe que Pedro, o português dono do bar e à quem deve dinheiro, deseja sua mulher. Com isso, inventa que a cunhada está para chegar do nordeste, atiçando a sanha perversa do homem. O que ele não contava era que sua própria esposa, por não aguentar a vida medíocre que leva, se faz passar pela irmã e seduz o português. O malandrão, percebendo que perdera a mulher, vende a própria filha para o Perei...