SINMEDRJ: Pezão deve ser responsabilizado pelo crime de descarte de insumos

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMEDRJ), Jorge Darze, considerou neste domingo (21/2) que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) deve responder pelo crime de responsabilidade no caso do descarte de 700 toneladas de insumos incinerados entre o período de junho de 2014 e março de 2015, segundo reportagem da revista Veja. Darze vai incluir o fato na ação encaminhada pelo sindicato ao Ministério Público Estadual (MP-RJ), que pede investigação de indícios de supostos crimes praticados pela atual gestão estadual envolvendo a saúde pública. As denúncias devem ser oferecidas ao judiciário.

"Estamos diante de uma situação que é um escândalo, completamente absurda. Em meio, talvez, a maior crise da saúde pública que o país já viveu, onde o Rio apresenta o quadro mais crítico, se compararmos com os outros estados, com um cenário de degradação, tomarmos conhecimento de milhares de insumos que poderiam estar sendo usados no atendimento à população [sendo incinerados], isso é crime e como tal deve ser investigado e os responsáveis levados à cadeia", disse Darze. "Não podemos mais assistir a situações deste tipo, o dinheiro público jogado no lixo por irresponsabilidade, por negligência [do governo estadual] e a população sem receber os insumos necessários para o seu tratamento", acrescenta o presidente do órgão.

Nos últimos anos, o sindicato tem considerado a atuação da secretaria Estadual de Saúde como "temerária", levando o Rio a um estado de "calamidade" no setor. O descarte e incineração de medicamentos e materiais hospitalares, na visão da entidade, reforça o pedido de investigação do próprio governador, como solicita a ação encaminhada pelo sindicato ao MP-RJ.

"Isso [descarte de material hospitalar] não pode ser desassociado da imagem do governador do estado. Portanto, assim como o governador deixou de aplicar os 12% da saúde, não paga em dia os salários e não garante o pleno funcionamento das unidades de saúde, ele tem que ser responsabilizado por este descarte de insumos vital para a população", avalia o médico.

Sobre o caso

A revista Veja publicou na sua edição desta semana que cerca de 700 toneladas insumos, entre material hospitalar e medicamentos, foram incinerados no período de junho de 2014 e março de 2015. A descoberta aconteceu durante uma sindicância da Secretaria Estadual de Saúde e o motivo da ação seria o vencimento do prazo de validade de produtos como fraudas geriátricas, papel especial para forrar maca, luvas descartáveis, próteses, ataduras e remédios.

>>Cerca de 700 toneladas de remédios são incineradas no Rio

O material foi encontrado na Central Geral de Abastecimento (CGA), que fica no bairro do Barreto, em Niterói, região Metropolitana do Rio. A incineração foi feita pela empresa Haztec, na Baixada Fluminense. Funcionários já foram ouvidos na sindicância e se disseram surpresos com a quantidade de produtos fora da validade. Em janeiro, uma operação do Ministério Público descobriu mais de sete mil próteses importadas abandonadas na CGA, também fora do prazo de validade.

>>Próteses jogadas no lixo no Rio: sindicato avalia empresa que representa com exclusividade marca alemã

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