Em santuário ecológico, água do rio vira ameaça para a saúde da população


Com crise hídrica causada por novas ocupações, moradores usam água poluída dos rios


Jornal do BrasilCláudia Freitas

O cenário é deslumbrante, cercado por muito verde, rios e belas cachoeiras. Os moradores do bairro do Tinguá, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, são privilegiados pela natureza exuberante da Reserva Biológica Federal do Tinguá, mas por outro lado, as águas que fluem nos rios da região não chegam nas torneiras das residências. A falta d´água quase que permanente levou a população a uma alternativa arriscada para executar as atividades domésticas. Os moradores estão usando as águas poluídas das margens dos rios para consumo e higiene pessoal.
O morador Cesar Ribeiro Novaes, de 62 anos, é produtor de mudas para reflorestamento e reside em Tinguá há mais de 20 anos. Ciente dos perigos de consumir a água sem conhecer a sua qualidade, Novaes vem fazendo o alerta desde que a crise hídrica teve início na região. "O rio Ana Dantas, que atravessa todo o bairro, já está recebendo esgoto, podia estar despoluído, porque é uma obra barata. E a nossa comunidade, na falta de água que começou há uns três anos, utiliza ele no banho das crianças, uma água imunda com esgoto, para lavar roupa, louça", conta. Para ele, o "patrimônio que a natureza criou" merecia ser melhor cuidado. 


Novaes atribui o grave problema à gestão municipal, que não acompanha de forma devida o crescimento populacional do lugar. "A prefeitura de Nova Iguaçu não faz nada. Esse prefeito [Nelson Bornier/PMDB] que está aí já passou um mandato e já está em outro e nada, nada e nada. Eu gostaria de pedir a ele que tomasse vergonha na cara e olhasse por Tinguá. Ele veio aqui e caminhou nesta rua", reclama o morador. 

Na Reserva do Tinguá


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