'Engravidou a criatura e não quer cuidar do filho', diz ex-corregedor da PM sobre medida do governo do Rio
“Engravidou a criatura, criou o problema, mas não quer cuidar do filho”. O comentário é do ex-corregedor-Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Paulo Ricardo Paúl, acerca de um trecho da entrevista dada pelo governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, ao jornal O Globo, na primeira semana de 2016. Pezão criticou a aposentadoria “precoce” dos coronéis da PM, alegando que este fato onera os cofres públicos e dificulta os cortes de gastos em tempos de crise. No entanto, Paúl relembra que a medida de adiantar a aposentadoria dos coronéis foi sancionada no governo de Sergio Cabral, antecessor de Pezão e membro do mesmo partido, o PMDB.
"Quero valorizar o ativo, carrego uma folha de inativo que é quase uma folha de ativo. (...)Você pega no Corpo de Bombeiro, na Polícia Militar, com 49 anos saindo. Essa conta não fecha", disse o governador na entrevista. "Pinheiro Neto [ex-comandante-Geral da PM do Rio, deixou o cargo em novembro de 2015], com 49 anos já é aposentado como coronel. Conta tempo de colégio militar, conta... Aí o cara saí com o salário lá no alto", acrescentou.
Na opinião do coronel Paúl, o atual governo está "colhendo o que foi plantado". "Quem provocou isso [adiantamento das aposentadorias na PM] foi ele [governador Pezão] e o Cabral. No movimento de 2008, além de nos exonerar, mudou a nossa permanência no serviço ativo de seis para quatro anos. Eu, por exemplo, me aposentei com 50 anos e vários e vários colegas foram obrigados a seguir o mesmo caminho, porque é compulsório. Isso é um absurdo no mundo moderno, criado por eles. Foi, na verdade, uma represália, porque o nosso ato só envolveu coronéis da PM", afirma o militar. "Se ele agora quiser melhorar esta situação é simples. É só ele mudar a alteração aquilo que ele e o Cabral fizeram no estatuto da Polícia Militar", salientou.
Na época, Cabral visava a aceleração de promoções dos oficiais, alegando uma necessária “oxigenação na PM”. Com a aprovação da Lei na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), cerca de 30 dos 70 coronéis que estavam na ativa foram para a reserva. No mesmo período, um grupo de coronéis buscava melhorias salariais e de trabalho para a corporação. O movimento ficou conhecido como Grupo dos Barbonos, entre eles estava o coronel Paúl. Uma passeata organizada pelo grupo de militares chegou a derrubar o então comandante-Geral da PM, Ubiratan Ângelo, além de levar vários colegas de farda a pedirem demissão, em meio as mudanças operadas pelo secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.
Oito anos após a Lei entrar em vigor, o coronel que integrou os Barbonos só deixa um recado para a atual gestão estadual. "Quem pariu Mateus que o embale!".
Por Cláudia Freitas e Alexandre Carvalho
Conclusão : No meu entender, Os tais Barbonos, gente que nunca entrou em uma RP, nem como solicitante, fizeram um movimento impensado, fraco, sem a adesão dos Oficiais antigos, movimento este, que em nada ajudou a PM, derrubou o CMT GERAL e ainda provocaram a irá do retardado do Governador Sergio Cabral, que levou a PM a situação que ora encontra-se.
ResponderExcluirCabe ressaltar que antes de se chegar a discutir o "absurdo" de pessoas se aposentarem aos 50 anos, deveríamos discutir o absurdo de pessoas se aposentarem com oito anos de contribuição, trabalhando de terça a quinta, podendo, caso consigam outro grau de legislatura, como o Sr Sérgio Cabral, ter uma aposentadoria como governador e outra como senador.
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